quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Módulo I - Aula 03 (MI - A3)


Olá Comunidade,

Está é a última aula do Módulo I. Em breve teremos o novo Módulo.

Iluminação II
Iluminação Natural
A iluminação natural é obtida através da luz do sol. Entretanto, quando temos muita luz (meio-dia por exemplo) isto não quer dizer que temos a melhor iluminação. Muito pelo contrário, os primeiros raios da manhã (05:00hrs às 09:00hrs) e os últimos da tarde (16:00hrs às 18:00hrs) são os mais indicados para se fotografar com iluminação natural (clique na imagem para ampliar).
As imagens não foram ajustadas no computador. Foi usado o recurso automático da câmera. As fotografias não foram feitas no mesmo dia, por isso a variação de posição.
  1. Foto feita às 07:30min – observe as cores bem fortes. A luz lateral provocada pela posição do sol ajuda na variação das cores e dão brilho.
  2. Foto feita às 12:00 – veja que as cores não estão muito fortes. O verde parece ter um aspecto “lavado” (acinzentado) e com poucas variações.
  3. Foto feita às 12:00 em um dia nublado – veja que a variação da cor não é muito evidente principalmente no verde que é predominante, até aparece que só tem dois tons de verde.
  4. Foto feita às 17:00 – o verde predominante agora possui mais variações.
Mesmo tendo horários mais indicados, isto não quer dizer que você não possa fotografar nos horários que excluímos aqui. Vai depender de alguns fatores. Por exemplo, está nublado e é 12:00hrs, com isto a luz não vai ficar tão dura (sombras bem definidas). Podemos usar este momento para fotografar como vimos na explicação anterior (imagem 3).
Outra coisa importante é que a imagem não espera por você! Se o beijo apaixonado vai acontecer sob um sol escaldante... “faça” a foto. Se algo sair errado, em alguns casos, podemos tentar corrigir isto no computador usando softwares específicos para correção de fotografias.
Além disso, fotos com iluminação natural são excelentes para você conhecer melhor a sua câmera. Algumas oferecem ajustes de Abertura do diafragma, Velocidade do obturador (Botão de disparo), Sensibilidade/ ISO, Controle de brancos e outros recursos que também veremos.


Abertura do diafragma
O Diafragma é o dispositivo responsável em permitir ou não a passagem da luz para dentro da câmera e assim formar a imagem fotográfica quando a luz fizer contato com o Sensor CCD (charge-coupled device) ou Dispositivo de Carga Acoplado (o equivalente ao filme em câmeras analógicas). Então quando pressionamos o Botão de disparo estamos “convidando” a luz a entrar em nossa câmera digital e assim se formar a imagem.

Existem diferentes Aberturas do diafragma e estas estão relacionadas com o que chamamos de "Números f" (ou pontos). A Abertura do diafragma poderá ser:
1.4 – 2 – 2.8 – 4 – 5.6 – 8 – 11 – 16 – 22 – 32 – 45 – 64

Quanto menor o número f, maior será a entrada de luz. Quanto maior o número f, menor será a entrada de luz. Veja uma figura de exemplo:

A figura acima demonstra como as aberturas do diafragma se localizam. Não foram usadas aqui as proporções exatas nem a forma física do dispositivo. Algumas lentes podem oferecer aberturas intermediárias as demonstradas aqui.
A Abertura do diafragma em algumas câmeras digitais básicas, são exibidas diretamente no Monitor LCD indicando a letra “f” junto com o Valor de abertura, por exemplo: f5.6. Verifique se todas as informações possíveis de sua câmera estão sendo exibidas no monitor. Obtemos isto nas configurações da mesma. Consulte o manual de sua câmera caso isto não esteja ocorrendo.



Velocidade do obturador
O Obturador é acionado toda vez que pressionamos o botão do obturador (botão de disparo). O obturador é o responsável em controlar o tempo em que a luz irá sensibilizar o sensor CDD. As velocidades poderão ser:
1 – 2 – 4 – 8 – 15 – 30 – 60 – 125 – 250 – 500 – 1000 – ou mais.

Quando você indicar que a Velocidade do obturador será “1”, você estará informando que durante 1seg você deseja que a luz entre em sua câmera através da Abertura do diafragma.
Os demais valores (superiores a 1), são em frações. Isto quer dizer que, se a Velocidade do obturador for “2”, na verdade estará informando que gostaria que entrasse a metade de 1seg (1/2 de segundo). Se for velocidade 30, terá então 1/30 de segundo e assim por diante.
Algumas câmeras podem oferecer também outras velocidades representadas pelas letras “B” e “T” onde:
B – devemos manter o Botão do obturador pressionado pelo tempo que desejamos que a luz entre na câmera;
T – devemos pressionar o Botão do obturador para iniciar a entrada da luz na câmera e novamente quando desejamos que seja encerrado este recurso.
Já outras câmeras não trazem estas indicações mas oferecem estes recursos de outra maneira.
Velocidades altas como a partir de 125, são usadas para imagens em movimento (passeio de bicicleta, corridas rápidas, automóveis em movimento, etc). Já as velocidade de 60 para baixo é recomendável o uso de um Tripé que irá estabilizar a imagem.
Na falta de um Tripé podemos usar um banco, uma cadeira, ou qualquer outra coisa para deixar a câmera sobre a mesma no momento de registrar a imagem. 
 Nem todas as imagens com velocidades baixas necessitam de um Tripé, e em alguns casos isto irá depender daquilo que você deseja mostrar e como gostaria de fazer isto.

Acima: Festa de São João – Lucas Filho. A baixa velocidade fez com que os dançarinos tivessem as suas imagens “borradas” dando ênfase ao movimento e também com que víssemos os outros dançarinos que estão mais ao fundo da imagem. Mesmo usando um tripé, o efeito seria o mesmo já que o “borrado” da imagem não foi causado pelo não uso de um tripé, mas sim pela combinação entre Abertura do diafragma e Velocidade do obturador.
Quando estamos usando o Modo automático de nossa câmera digital, o flash é disparado apenas quando o Fotômetro (sensor de luminosidade da câmera) indicar que a imagem ficará escura. Em ambientes claros o flash não será disparado e a Abertura e Velocidade serão calculadas automaticamente. Mas, e se você deseja fazer fotos a noite usando apenas a luz artificial do seu quarto por exemplo? É nessas horas que acionamos o Controle manual e vamos finalmente “fazer” uma foto.



Sensibilidade/ ISO
Além da Abertura do diafragma e Velocidade do obturador, um outro fator responsável pela captura de imagens com pouca luz será o Valor da ISO (Internacional Standard for Organization) utilizado que se refere a sensibilidade do “filme” segundo estes padrões (ISO). Estes números podem ser:
25 – 64 – 80 – 100 – 125 – 200 – 400 – 800 – 1000 ou mais.

Quanto mais alto o Valor ISO – ou apenas ISO, mais luz a câmera poderá capturar. Veja nas imagens a seguir (você pode clicar na imagem para ela ser ampliada):
O “ruído” comentado na imagem 3, são diversos pontos pretos que aparecem nas áreas mais escuras quando usamos uma ISO maior que 100. O reflexo vertical pode não aparecer em algumas câmeras.
Em nossa apostila temos maiores informações e outros exemplos fundamentais para o seu aprendizado sobre este assunto.


Acima temos uma imagem que considero de sorte. Este “Papai Noel” possui movimento na cabeça e no braço esquerdo. A foto foi “feita” no momento exato onde ele parava o movimento antes de começar de novo. Se fosse usado o flash ele teria sido “congelado” na imagem na posição exata do disparo do mesmo, entretanto, se perderia as cores vibrantes e a textura das partes brancas do seu traje. 
Outra observação é que, ao combinar A.D, V.O e ISO, é que podemos capturar detalhes como o brilho das luzes da decoração.
O bom da fotografia digital é que podemos fazer diversas fotos. Para chegar a esta do “Papai Noel” foram necessárias +/- 10 fotografias da mesma imagem até chegar a esta que eu considero a melhor para esta explicação.
Nenhuma das imagens mostradas nestes exemplos foram manipuladas em sua cor, brilho, luminosidade ou saturação. Foram feitas assim como mostradas.
Elas poderiam ter uma aparência bem melhor se fossem ajustadas, entretanto, nosso objetivo por enquanto é ficar no mesmo nível do que nossos alunos e irmos evoluindo com as aulas.
A combinação entre Abertura do diafragma, Velocidade do obturador e ISO é que nos permite obter fotografias em diversas condições de iluminação.
O problema é que estamos falando de câmeras digitais básicas. Muitas dessas não permitem a regulagem mais livre dessas ferramentas mesmo em Modo manual. Geralmente elas oferecem valores (para abertura e velocidade) para as condições de luz que “ela” julgar satisfatórias.



Bater ou fazer uma foto?
Não sei se reparou, mas usei dois termos para me referir em gravar uma imagem. Conheci há alguns anos atrás um ser humano espetacular, artista formidável, fotógrafo surpreendente, um grande amigo e um dos meus professores de fotografia, falo de César Gabriele. Certa vez em uma de nossas extensas conversas, ele me explicou que existem pessoas que “batem ou tiram” uma foto e pessoas que “fazem” uma foto.

Bater uma foto é usar a máquina no automático, não dar muita importância para a luz nem ao menos olhar o que estará por trás do que tem na imagem.

Fazer uma foto é usar todo “o seu recurso”. É olhar pelo melhor ângulo, enfatizar o que deve ser enfatizado. É colocar o coração na ponta do seu dedo na hora de pressionar o Botão de disparo...
Mas será que isto faz mesmo diferença? Veja a imagem a seguir:

Acima a foto foi “batida” no modo automático e sem se preocupar com pequenos detalhes. Consegue perceber “os pequenos detalhes”?
Gabriele faleceu há alguns anos. Não fui ao seu velório pelo simples fato de querer guardar apenas as boas lembranças que eu tenho dele.

Ao meu mestre Gabriele com carinho e saudade.



Bom pessoal é isso ai. espero que tenham gostado do Módulo I, em breve estaremos lançado o segundo módulo. Participe do nosso blog enviando dúvidas, críticas e sugestões este blog é feito para todos vocês.

Até mais,
Lucas Filho

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Até mais,
Lucas Filho